sábado, 24 de janeiro de 2009

DENGUE: USO PROLONGADO DE INSETICIDAS PODE CRIAR MOSQUITOS RESISTENTES

Desde que o Aedes aegypti infestou a maioria dos estados brasileiros não se utilizam outros insumos para o seu controle que não os inseticidas químicos da classe dos organofosforados: Malathion, Cithion, Fenitrothion e Temefós. Nas atividades de ultra-baixo volume, o popularmente conhecido “fumacê”, vinha-se utilizando os organofosforados diluídos em óleo de soja bruto e, mais tarde, os piretróides, como a Cipermetrina. No controle das fases larvárias, há décadas utilizam-se do Temefós, ministrado a 1ppm de princípio ativo, contido em grãos de areia numa formulação contendo 1% dessa substância, a qual pode ser aplicada em água para o consumo humano, devido à sua baixa toxicidade oral para mamíferos. Contudo, não nos parece que haja uma razão para continuar a utilização de tais pesticidas, uma vez que, mesmo não havendo o uso prolongado, mas, o uso indiscriminado, ou seja, doses aplicadas acima da dosagem técnica recomendada podem desencadear no surgimento de gerações de Aedes aegypti resistentes. E, infelizmente, os municípios nem sempre dispõem de tempo e recursos suficientes para elaborarem as estratégias de controle, acabam por ter que colocar em campo agentes de saúde mal preparados. Estes por sua vez, acabam adquirindo os conhecimentos técnicos aos trancos e barrancos.Já houve propostas para o manejo de inseticidas em função de uma possível infestação futura de mosquitos resistentes ao Temefós. Além disso, as estratégias elaboradas para o controle ainda se encontram praticamente no mesmo grau de evolução de quase 20 anos atrás. Pouco de mudou desde que as epidemias de Dengue começaram no Brasil. Enquanto isso, o Aedes aegypti já mostrou o quanto pode resistir a anos de combate, se adaptando a condições adversas de alimentação e habitat. Pesquisas larvárias mais rápidas, leis e outros dispositivos normativos, cartazes e folders, pouco contribuem, não diminuem a incidência de casos de Dengue. A principal estratégia deveria vir no ataque.

Referências:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0037-86822006000300006&script=sci_arttext

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